Augustin Lhermitte, O pagamento dos ceifeiros
Empresas privadas participam na elaboração do Orçamento de Estado (aqui)
O governo, ou mais genericamente o Estado, não existe para fazer os
cidadãos felizes, como a agonizante Elena Ceauşescu que, enquanto era amarrada minutos da sua execução, gritava que
não lhe podiam fazer aquilo porque ela os tinha tratado a todos como sua “mãe”
e, pelos vistos, achava ela, tinha cuidado da sua felicidade. Os estados
totalitários pensam, decidem e escolhem pelos seus cidadãos, como se estes não
tivessem qualquer capacidade de entendimento.
Mas se o Estado não existe para nos fazer felizes, deve existir
para impedir o nosso sofrimento. Deve fazer o que está ao seu alcance para
apoiar os mais frágeis, de forma a que não apenas os mais poderosos tenham
segurança e bem-estar. Uma coisa é o Estado interferir na vida do cidadão,
entrando abusivamente na sua casa (como aqui) ou no seu carro (como aqui), outra coisa é fazer o que está ao seu alcance para apoiar os cidadãos através
de um serviço nacional de saúde, através da educação com qualidade para todos,
independentemente da classe, e através de apoios sociais para quem precisa e
merece.
Se nem isto consegue fazer - porque não pode ou simplesmente não
quer -, ao menos que cumpra as suas obrigações, nas quais deveria estar incluída a elaboração do Orçamento de Estado. Deveria, como aquele empregador
que no final de um dia de trabalho remunera os ceifeiros, cumprir a sua obrigação.
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