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segunda-feira, 13 de maio de 2013

O público e o privado

Augustin Lhermitte, O pagamento dos ceifeiros

Empresas privadas participam na elaboração do Orçamento de Estado (aqui)
 
O governo, ou mais genericamente o Estado, não existe para fazer os cidadãos felizes, como a agonizante Elena Ceauşescu que, enquanto era amarrada minutos da sua execução, gritava que não lhe podiam fazer aquilo porque ela os tinha tratado a todos como sua “mãe” e, pelos vistos, achava ela, tinha cuidado da sua felicidade. Os estados totalitários pensam, decidem e escolhem pelos seus cidadãos, como se estes não tivessem qualquer capacidade de entendimento.
Mas se o Estado não existe para nos fazer felizes, deve existir para impedir o nosso sofrimento. Deve fazer o que está ao seu alcance para apoiar os mais frágeis, de forma a que não apenas os mais poderosos tenham segurança e bem-estar. Uma coisa é o Estado interferir na vida do cidadão, entrando abusivamente na sua casa (como aqui) ou no seu carro (como aqui), outra coisa é fazer o que está ao seu alcance para apoiar os cidadãos através de um serviço nacional de saúde, através da educação com qualidade para todos, independentemente da classe, e através de apoios sociais para quem precisa e merece.
Se nem isto consegue fazer - porque não pode ou simplesmente não quer -, ao menos que cumpra as suas obrigações, nas quais deveria estar incluída a elaboração do Orçamento de Estado. Deveria, como aquele empregador que no final de um dia de trabalho remunera os ceifeiros, cumprir a sua obrigação.

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