França: muçulmana proibida de
ir à escola por “insistir” na sua saia comprida (aqui)
É
difícil suportar a prepotência do estado que limita a liberdade dos cidadãos.
Nunca compreendi, por exemplo, por que razão sou obrigada a conduzir com cinto
de segurança, como compreendo perfeitamente por que razão não posso ultrapassar
determinados limites de velocidade ou conduzir sob o efeito de álcool.
Mas
é igualmente difícil suportar a misoginia (é esta a palavra), o ódio ao
feminino que, de forma mais explícita ou mais latente, está presente nas
religiões, como o islão ou o cristianismo. E até por isso fico infinitamente
satisfeita por viver numa sociedade laica. Felizmente que a Europa libertou-me
das obrigatoriedades do cristianismo ou teria que dar aulas numa sala de aulas
com um crucifixo ou outros símbolos religiosos.
Na
minha corrida matinal, habitualmente encontro uma jovem que faz exercício com
um véu que lhe tapa a cabeça e grande parte do corpo. Com o natural aumento da
temperatura do corpo e a transpiração durante o exercício, não consigo sequer imaginar
o desconforto físico que aquele “equipamento” lhe proporciona. Deve ser uma tortura…
Atalhando
discussões sobre o objetivismo versus subjetivismo cultural, a jovem muçulmana de
que fala a notícia foi impedida de entrar na sua escola por "insistir na saia comprida", como podia ser no famigerado véu islâmico. Não escolheu, foi impedida. O estado
de forma prepotente limitou-lhe a liberdade.
Mas pergunto se aquela jovem que diariamente
encontro, teve a liberdade de escolher fazer exercício físico com um sufocante véu.