fazer o obséquio de me dar um bocadinho do seu lume?
Narciso (Vasco Santana) regressando a casa, dirige-se a um candeeiro público enquanto assobiava a "Rosa tirana":
[O candeeiro permance silencioso :]
Compreendi-te! Não te dignas dar lume a um humilde transeunte. Não te dignas baixar-te a mim, convencido que és alguém. Estás convencido que lá por dares luz a uma simples rua, és igual ao sol, que dá luz ao mundo.
Desculpa que
te diga, mas és um ilusionista, um ilusionista e um vaidoso. De resto, és igual
a todos os homens, perfeitissimamente igual. Julgas que és alguém sem te
lembrares que há outros que estão muito acima (onde é que eu já li isto?!)
(…) Decididamente
não me queres dar lume. Boa noite!
Pátio da Cantigas, 1942
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