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sábado, 18 de maio de 2013

Germinal


Charles Chaplin, Tempos Modernos
 
Em Espanha,onde a energia elétrica é mais barata entre 35 a 50 por cento, o grupo detémuma fábrica na Galiza.



Afinal a produção também gasta dinheiro em energia, e, pelos vistos, em Portugal gasta-se mais entre 35 a 50 por cento do que em Espanha. Fizeram-se tantas reformas nas leis do trabalho que quase nos levaram a pensar que todos os “custos de produção” e todos os problemas de competitividades estavam apenas na mão-de-obra. O que era preciso era despedir, baixar salários…

É agora que as reformas vão chegar também ao elo mais forte? Ou esta ameaça não é de todo suficiente para abalar a poderosa imunidade do setor energético?

 
Depois de conhecermos os horrores do comunismo estalinista e assistirmos à queda do muro de Berlim, as ideias mortas de Marx fecharam-se definitivamente em Highgate, onde ele próprio jaz no seu cemitério vitoriano. Hoje jazem também todos os miseráveis operários da revolução industrial à disposição de Dickens ou os desgraçados mineiros com os quais Zola chegou a viver para compor o seu Germinal. Aqueles proletários já não são os nossos, e aquela ditadura também não. Tudo mudou e já não faz qualquer sentido voltar atrás, à URSS ou à Albânia e tudo o que ficou do lado soviético.
 

Mas, no meio de tudo isto, o grande desafio será descobrir o valor político, económico e filosófico de Marx hoje, nos nossos “tempos modernos”. Descobrir a germinalidade do seu pensamento agora que estamos exatamente no ano de 2013 e não no século XIX, agora que já poucos acreditam na "3ª via" de Blair, mas enquanto isso os “trabalhadores de todo o mundo” continuam diariamente a sua transfiguração nos novos colaboradores do século XXI.

Há, e provavelmente haverá sempre, qualquer coisa que nos faz pensar que Marx não morreu. Aquilo de que ele falava está na natureza das coisas, como está os rios correrem para o mar.

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