Faz
hoje 94 anos que foi fundado um partido que começou com cerca de 20 a 60
filiados e terminou com 8,5 milhões de membros em 1945. Pelo caminho provocou
uma guerra mundial, cujo número total de mortos ronda os 50 milhões.
Para que nunca esqueçamos o horror.
Para que nunca esqueçamos o horror.
A 5
de junho de 1919 Anton Drexler e Karl Harrer fundam numa cervejaria em Munique
o Partido dos Trabalhadores Alemães (sigla em alemão DAP). Esta organização
teria então cerca de 20 a 60 filiados.
Alguns
meses depois os serviços de informação do exército entregam ao jovem Hitler a
missão de observar as atividades da recém formada organização. A 16 de Outubro
do mesmo ano, Hitler discursa pela primeira vez numa reunião pública do partido
perante uma assistência de cerca de 100 pessoas. Hitler iniciava assim a sua
carreira de orador:
“Falei
trinta minutos e aquilo que, antes, sem o saber, havia sentido intuitivamente,
estava provado: eu sabia discursar. Depois de trinta minutos, o auditório
estava eletrizado e o entusiasmo foi tal que o meu apelo para uma contribuição
dos presentes rendeu a soma de trezentos marcos.” (Hitler, “A Minha Luta”,
tradução portuguesa)
A 24
de Fevereiro de 1920 num comício na Bürgerbräukeller de Munique, a assembleia
aprova, um por um, os 25 pontos doutrinais do partido, elaborados por Hitler e Anton
Drexler. A mesma assembleia delibera também a alteração do nome do partido para
Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (sigla em alemão NSDAP).
Em 1921 Hitler é o principal dirigente e o seu carisma e oratória são
considerados o principal motivo de crescimento do partido que teria então cerca
de 50000 filiados.
Os 25 Pontos de Partido Nazi de
Hitler (já diziam tudo...)
1.
Exigimos a união de todos os alemães numa Grande Alemanha com base no
princípio da auto-determinação dos povos.
2.
Exigimos que o povo alemão tenha direitos iguais aos de outras nações, e a
revogação dos Tratados de Paz de Versalhes e St. Germain.
3.
Exigimos terra e território (colónias) para a manutenção do nosso povo e para
a fixação da nossa população excedente.
4.
Somente aqueles que são nossos compatriotas podem tornar-se cidadãos. Só
aqueles que têm sangue alemão, independentemente da sua religião, podem ser
nossos compatriotas. Logo nenhum judeu pode ser nosso compatriota.
5.
Aqueles que não são cidadãos devem viver na Alemanha como estrangeiros e
devem estar sujeitos à lei de estrangeiros.
6.
O direito de escolher o governo e determinar as leis do Estado pertencerá
somente aos cidadãos.
7.
Exigimos que nenhum cargo público, de qualquer natureza, seja no governo central,
a província ou do município, será realizada por alguém que não é um cidadão. Declaramos
guerra à administração parlamentar corrupta em que as nomeações são
determinadas por favores partidários e ignoram a capacidade dos nomeados.
8.
Exigimos que o Estado
deve, acima de tudo, comprometer-se em garantir que todos os cidadãos tenham a
possibilidade de viver decentemente e de ter os meios para providenciar a sua
sobrevivência. No caso de não ser possível garantir a subsistência de toda a
população os estrangeiros deverão ser expulsos do Reich.
9.
A imigração de não alemães deve ser impedida. Exigimos que todos os não
alemães que entraram na Alemanha desde agosto de 1914 sejam obrigados a
abandonar imediatamente o Reich.
10.
Todos os cidadãos devem ter direitos e deveres iguais.
11.
O primeiro dever de todo o cidadão deve ser trabalhar mentalmente ou
fisicamente. Ninguém deve ter um trabalho que vá contra o interesse da
comunidade ou o benefício de todos. Nenhum indivíduo deve fazer qualquer
trabalho que ofenda o interesse da comunidade para o benefício de todos.
Por isso, exigimos:
12.
A abolição de todos os rendimentos de capital e rendas que não sejam fruto
do trabalho.
13.
Uma vez que todas guerras impõem ao povo terríveis sacrifícios em sangue e em
riqueza, todo o lucro pessoal decorrente da guerra deve ser considerado crime
contra o povo. Exigimos o confisco total de todos os lucros de guerra.
14.
Exigimos a nacionalização de todos os trusts.
15.
Exigimos a participação nos lucros das grandes indústrias.
16.
Exigimos o alargamento da proteção aos idosos.
17.
Exigimos a criação e manutenção de uma forte classe média, a imediata comunalização
das grandes lojas que serão alugadas a baixo custo a pequenos comerciantes e o
maior esforço deverá ser dirigido a garantir que estes comerciantes contratualizarão
a entrega dos suprimentos necessários ao Estado, às províncias e aos
municípios.
18.
Exigimos uma reforma agrária de acordo com nossas necessidades nacionais, a
promulgação de uma lei para expropriar os proprietários, sem qualquer
compensação, da terra necessária para a o uso comum, a abolição de todos os
impostos sobre a terra e a prevenção da especulação.
19.
Exigimos a guerra total contra aqueles que trabalham contra o bem-estar
comum. Criminosos comuns, usurários, aproveitadores e outros deverão ser
punidos com a morte sem considerações de raça ou religião.
20.
Exigimos que o direito romano, que serve uma ordenação materialista do
mundo, seja substituído pela lei comum alemã.
21.
O Estado deverá ser responsável pela reconstrução do nosso programa
nacional de educação que permita a todo o alemão capaz e trabalhador obter uma
educação superior e a sua consequente transição para funções de liderança. Os
programas de educação de todas as instituições de educação deverão estar de acordo
com as experiências da vida prática. A escola deverá preparar para a
compreensão do conceito de Estado logo no início das capacidades de
entendimento. Exigimos a educação, a expensas do Estado de crianças
intelectualmente dotados de pais pobres, sem consideração de posição ou
profissão.
22.
O Estado deverá prosseguir um programa de saúde nacional protegendo a mãe e
a criança, proibindo o trabalho infantil. Encorajar a aptidão física pela
obrigação da prática de ginástica e desporto, bem como pelo apoio a todas as
organizações envolvidas com a instrução física dos jovens.
23. Exigimos a abolição do exército mercenário
e a criação de um exército nacional.
24.
Exigimos oposição legal à divulgação pela imprensa de tudo o que seja
reconhecidamente mentira. Para a criação de uma imprensa alemã exigimos que:
a) Todos os escritores e colaboradores dos
jornais em língua alemã sejam membros da raça;
b) Jornais não-alemães devem ser obrigados a
ter a permissão expressa do Estado para serem publicados. Estes não poderão ser
impressos em língua alemã;
c) Não-alemães são proibidas por lei de deter
qualquer interesse financeiro em publicações alemãs, ou qualquer influência
sobre elas. A violação destas normas implicará o encerramento da publicação e a
expulsão do Reich. As publicações que
são contra o bem comum devem ser proibidas.
25. Exigimos acusação legal contra a arte e literatura
que exerçam uma influência destrutiva sobre a nossa vida nacional, bem como o
encerramento de organizações que se opõem às exigências feitas acima.
O mundo nunca se deverá esquecer de tal barbaridade, e para isso é bom que as pessoas leiam e fiquem a saber o que aconteceu durante esse período.
ResponderEliminarO que aconteceu foi de um dia para o outro devido a indiferença de um povo e quando abriraram os olhos era tarde demais.
Esperemos que a nossa geração e as próximas tenham os olhos bem abertos.
É isso mesmo, Rui. Uma das vantagem da História é ser a guardiã da memória.
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