Lewis Hine
Com pais pobres
e sem instrução, estas crianças podem ainda contrariar o destino dos seus pais.
Mas só poderão libertar-se dessa fatalidade graças a um Estado Social que lhes
possa garantir as mesmas oportunidades, independentemente da sua classe social
e do nível de rendimento das suas famílias.
É este Estado
Social que um país supostamente europeu e civilizado, não pode desmantelar,
deitando para o lixo direitos sociais como o da educação. Defender estes
direitos é muito mais do que garantir a data de realização de um qualquer
exame.
Por muito transtorno e ansiedade que possa causar, e certamente causará, a alguns alunos o facto de estarem perante a incerteza e a confusão acerca de realização de um exame na data prevista, a ameaça da destruição do direito à educação será sempre uma injustiça infinitamente maior.
Por muito transtorno e ansiedade que possa causar, e certamente causará, a alguns alunos o facto de estarem perante a incerteza e a confusão acerca de realização de um exame na data prevista, a ameaça da destruição do direito à educação será sempre uma injustiça infinitamente maior.
Mas, no meio disto tudo há um
problema: ainda concebemos as greves e mobilizações políticas de acordo com
modelos do século XX, como as grandes manifestações liderados por grupos ou
partido. No entanto, o ativismo político do século XXI procura outro tipo de
consensos, para além de um projeto já definido de véspera.
Realizar a democracia hoje tem
que passar por outras sensibilidades ético-políticas, pela mobilização dos cidadãos na re-ocupação do espaço público
simbólico como “espaço político”, desvitalizado nas últimas décadas.
Dificilmente serão os sujeitos
coletivos unitários (“a” classe trabalhadora, “os” funcionários públicos) que
vão construir uma nova expressão e novos encontros, mas a multiplicidade
cidadã, a potência que nos faz viver, querer mais e agir mais. A vida é dotada
dessa força expansiva; o resto tem muito do ressentimento nietzschiano: uma
potência explosiva que se volta contra si mesma, que só leva à autodestruição e
à paralisia.
Como é que isto se faz...
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