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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Kennedy: "Ich bin ein berliner” (Eu sou um berlinense)


John F. Kennedy em Berlim
 
Barack Obama já chegou a Berlim, 50 anos depois de JFK
 
  

A 26 de junho de 1963 na varando do edifício Rathaus Schöneberg na praça Rudolph-Wilde-Platz que posteriormente viria a mudar de nome para John F. Kennedy-Platz, teve lugar aquele que foi um dos mais famosos discursos da história.
“Ich bin ein Berliner”. Kennedy terá decidido pronunciar esta frase apenas alguns minutos antes de iniciar o seu discurso perante um milhão de berlinenses que o aguardavam ocupando toda a praça. E acrescentará, já em inglês, que onde houver um homem livre ele será também berlinense.
A história deste discurso começa alguns anos antes, mais concretamente quando os russos estavam às portas de Berlim, em abril de 1945 e Hitler sonhava ainda poder salvar Berlim e o seu III Reich, que iria durar “mais de 1000 anos”, da pior de todas as derrotas: a capital do Reich conquistada pelo Exército Vermelho.
 
Mas a guerra estava definitivamente perdida para os alemães e os oficiais que ainda restavam sabiam disso. Apenas Hitler, Joseph Goebbels (que nunca permitiu que um facto estragasse uma boa mentira) e o seu círculo mais próximo, por medo ou convicção, não o admitiam.
 
Durante março e abril, a aviação aliada bombardeou Berlim abrindo assim caminho para o avanço do Exército Vermelho. Seria este o contributo máximo das forças aliadas para a Batalha de Berlim. Para general Dwight D. Eisenhower (comandante das forças aliadas), não havia inconveniente no facto de Berlim ser conquistada pelo Exército Vermelho, uma vez que considerava que dificilmente, finda a guerra, Berlim ficasse na órbitra comunista. Sabia também que a batalha por Berlim exigiria um enorme sacrifício em vidas que ele pessoalmente não queria ordenar. Fosse porque fosse os aliados tinham aberto o corredor para Berlim e deixavam-no desimpedido para o avanço do Exército Vermelho. Estaline, ao contrário, não partilhava do mesmo sentimento: mais algumas dezenas de milhares de mortos no Exército Vermelho não fariam grande diferença.
 
A 20 de abril é o dia de aniversário do Führer e a artilharia russa bombardeia o centro de Berlim. No dia 26 de Abril caiem os primeiros obuses no edifício da Chancelaria. Para Hitler era o fim. Na noite de 30 de abril a bandeira vermelha é, de facto, hasteada no topo do edifício do Reichstag.
 
O acordo final para a divisão da Alemanha estabelecia a sua divisão em quatro partes (zonas de influência francesa, britânica, americana e soviética) e a mesma regra seria aplicada a Berlim. Mas havia um problema. Berlim ficava em território alemão atribuído aos soviéticos pelo que, na prática, os habitantes de Berlim não soviético estavam impedidos de aceder as zonas americanas, britânicas e francesas e por outro lado os habitantes da zona soviética de Berlim tinham na sua cidade a possibilidade de abandonar a Berlim soviética para a Berlim aliada.
Fontes históricas indicam que entre 1949 e 1961 cerca de 2,5 milhões de alemães abandonaram a zona soviética. Até que os soviéticos decidiram que já seria demais. A 13 de agosto de 1961 são instalados os primeiros metros de arame farpado separando a parte oriental e ocidental de Berlim. Eram uns primeiros metros de um muro que chegou a ter 150 Kms, separando Berlim ocidental da Alemanha de leste e 45 Km separando Berlim oriental de Berlim ocidental.
A altura média do muro era de cerca de 3,5 metros e nele estavam também instalados três centenas de torres de vigia. Entre 1961 e 1989 o Volkspolize (policia do povo) matou  192 pessoas e feriu 200 que tentaram abandonar Berlim oriental. Entre 3 000 a 5 000 pessoas foram presas por suspeitas de pretenderem abandonar a Alemanha oriental.
Günter Litfin  foi a primeira vítima do Muro de Berlim, morto a tiro em 24 de agosto de 1961.Chris Gueffroy, a última vítima morta em  6 de fevereiro de 1989.
 
A 9 de novembro as televisões mostram milhares de berlinenses em cima do muro.
O Muro tinha acabado.
 


 

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