John F. Kennedy em Berlim
Barack
Obama já chegou a Berlim, 50 anos depois de JFK
A 26 de junho
de 1963 na varando do edifício Rathaus Schöneberg na praça Rudolph-Wilde-Platz
que posteriormente viria a mudar de nome para John F. Kennedy-Platz, teve lugar
aquele que foi um dos mais famosos discursos da história.
“Ich bin ein
Berliner”. Kennedy terá decidido pronunciar esta frase apenas alguns minutos
antes de iniciar o seu discurso perante um milhão de berlinenses que o
aguardavam ocupando toda a praça. E acrescentará, já em inglês, que onde houver
um homem livre ele será também berlinense.
A história
deste discurso começa alguns anos antes, mais concretamente quando os russos
estavam às portas de Berlim, em abril de 1945 e Hitler sonhava ainda poder
salvar Berlim e o seu III Reich, que
iria durar “mais de 1000 anos”, da pior de todas as derrotas: a capital do Reich conquistada pelo Exército
Vermelho.
Mas a guerra
estava definitivamente perdida para os alemães e os oficiais que ainda restavam
sabiam disso. Apenas Hitler, Joseph Goebbels (que nunca permitiu que um facto
estragasse uma boa mentira) e o seu círculo mais próximo, por medo ou convicção,
não o admitiam.
Durante
março e abril, a aviação aliada bombardeou Berlim abrindo assim caminho para o
avanço do Exército Vermelho. Seria este o contributo máximo das forças aliadas
para a Batalha de Berlim. Para general Dwight D. Eisenhower (comandante das
forças aliadas), não havia inconveniente no facto de Berlim ser conquistada
pelo Exército Vermelho, uma vez que considerava que dificilmente, finda a
guerra, Berlim ficasse na órbitra comunista. Sabia também que a batalha por
Berlim exigiria um enorme sacrifício em vidas que ele pessoalmente não queria
ordenar. Fosse porque fosse os aliados tinham aberto o corredor para Berlim e
deixavam-no desimpedido para o avanço do Exército Vermelho. Estaline, ao
contrário, não partilhava do mesmo sentimento: mais algumas dezenas de milhares
de mortos no Exército Vermelho não fariam grande diferença.
A 20 de abril
é o dia de aniversário do Führer e a
artilharia russa bombardeia o centro de Berlim. No dia 26 de Abril caiem os
primeiros obuses no edifício da Chancelaria. Para Hitler era o fim. Na noite de
30 de abril a bandeira vermelha é, de facto, hasteada no topo do edifício do Reichstag.
O acordo
final para a divisão da Alemanha estabelecia a sua divisão em quatro partes
(zonas de influência francesa, britânica, americana e soviética) e a mesma
regra seria aplicada a Berlim. Mas havia um problema. Berlim ficava em
território alemão atribuído aos soviéticos pelo que, na prática, os habitantes
de Berlim não soviético estavam impedidos de aceder as zonas americanas, britânicas
e francesas e por outro lado os habitantes da zona soviética de Berlim tinham
na sua cidade a possibilidade de abandonar a Berlim soviética para a Berlim
aliada.
Fontes
históricas indicam que entre 1949 e 1961 cerca de 2,5 milhões de alemães
abandonaram a zona soviética. Até que os soviéticos decidiram que já seria
demais. A 13 de agosto de 1961 são instalados os primeiros metros de arame
farpado separando a parte oriental e ocidental de Berlim. Eram uns primeiros
metros de um muro que chegou a ter 150 Kms, separando Berlim ocidental da
Alemanha de leste e 45 Km separando Berlim oriental de Berlim ocidental.
A altura
média do muro era de cerca de 3,5 metros e nele estavam também instalados três
centenas de torres de vigia. Entre 1961 e 1989 o Volkspolize (policia do povo) matou 192 pessoas e feriu 200
que tentaram abandonar Berlim oriental. Entre 3 000 a 5 000 pessoas foram
presas por suspeitas de pretenderem abandonar a Alemanha oriental.
Günter
Litfin foi a primeira vítima do Muro de Berlim, morto a tiro em 24 de
agosto de 1961.Chris Gueffroy, a última vítima morta em 6 de fevereiro de
1989.
A 9 de
novembro as televisões mostram milhares de berlinenses em cima do muro.
O Muro tinha
acabado.
Sem comentários:
Enviar um comentário