Alfredo Cunha
Lembro-me
do dia em que Nelson Mandela saiu da prisão e lembro-me também de ele ter dito
que o que mais surpreendeu, naquele dia da sua libertação, foi ver tantos
brancos nas ruas, juntos com os negros, a festejar a sua saída. Disse-o na
residência do arcebispo Desmond Tutu no dia seguinte, no primeiro dia em que
amanheceu em liberdade, depois de 27 anos na prisão. Estava absolutamente
surpreendido por perceber que tanta gente se identificava com o que estava a
acontecer na África do Sul, um novo país que nascia. Foi pena esta senhora não
ter estado nas ruas da Cidade do Cabo, no dia em que Mandela enterrou o racismo, pelo menos
institucional, na África do Sul.
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