O Juramento de Péla
O juramento de Péla, no dia em que cerca de 1 milhão de pessoas saem à rua no Brasil. A História tem destas coisas…
Quando a 1
de Maio de 1789 Luís XVI convoca finalmente os estados gerais (cortes) estavam,
sem ter a menor possibilidade de o saber, a dar início a uma das mais
simbólicas revoluções da História.
As cortes
reúnem em primeira sessão a 5 de Maio e rapidamente surgem divergências entre
os deputados. O rei, a nobreza e o clero pretendiam um voto por Ordem e que
estas ordens reunissem em salas separadas. Os deputados do “terceiro estado” (o
povo, representado pela burguesia) recusam, pretendem um voto por deputado.
Argumentam que eles sozinhos representam a nação e a Assembleia reunirá com ou
sem os representantes das outras ordens. A 17 de junho o rei tenta intervir nos
acontecimentos, ordenando
o fecho da sala de reuniões que era
utilizada pelos nobres, procurando dissolver a Assembleia Nacional e impedindo
pela força o acesso dos deputados do terceiro estado à sala onde a Assembleia
deveria reunir.
O deputado
Mirabeau declara então: “Vão dizer aqueles que aqui vos enviaram que estamos
aqui pela vontade do povo e que só deixaremos os nossos lugares pela força das
baionetas” e propõe que a Assembleia declare o princípio da imunidade dos
deputados.
Os deputados,
impedidos de aceder à sala onde a Assembleia devia reunir, contornam a decisão
real ocupando um salão de jogos do palácio, na parte antiga de Versailles, salão que dará o nome ao
juramento que os deputados aí farão a 20 de junho de 1789 pelos membros do
terceiro estado.
Jean-Joseph
Mounier e o Abade Sieyès redigem então o que ficará conhecido pelo juramento do
“Jogo da Péla” (Serment du jeu de paume)
que estabelece que
ficariam até fazerem a Constituição Francesa, onde constariam os direitos
políticos e jurídicos dos cidadãos franceses. Apenas um deputado não vota a favor.
O juramento feito pelos representantes da Assembleia Nacional era o de Liberdade, Igualdade e Fraternidade (lemas da Revolução Francesa). A partir deste momento era apenas uma questão de
tempo.
A 25 de
junho, 47 deputados da nobreza iniciam a sua participação na Assembleia;
A 26 de
junho, os bispos d'Orange e de d'Autun (Talleyrand), o arcebispo de Paris
e três sacerdotes iniciam a sua participação na Assembleia;
A 27 de
junho, o rei reconhece a realidade: “Se eles não querem ir, eles que fiquem” e
ordena aos restantes deputados que se juntem ao terceiro estado;
A 9 de julho,
os deputados proclamam-se como a Assembleia Nacional Constituinte;
A 14 de julho
a recém formada milícia de Paris toma de assalto a Bastilha.
Um dia depois
Luís XVI recebe ao despertar a visita do conde Rochefoucauld com a notícia do
assalto à Bastilha e pergunta:
- «C’est une révolte ? »
- «Non sire, ce n’est pas une révolte, c’est une révolution.» responde o
Duque de Rochefoucauld.
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