Robert Doisneau,
L'information scolaire, école rue Buffon, Paris Vème, 1956
Uma
novidade do Júri Nacional de Exames para este ano: o documento assinado pelos
alunos no qual declaram não ter na sua posse telemóvel nem qualquer outro
material não autorizado para realizar a prova (Modelo 14/JNE).
Os alunos devem, à entrada da sala de
exame, efetuar “auto verificação cuidada a fim de se assegurarem que não
possuem qualquer material ou equipamento não autorizado, em particular
telemóveis”. A linguagem é, como todo o ritual do serviço de exames, formal e aparatosa.
Depois
de se enterrar o velhinho e simbólico quadro de giz das salas de aula, a “caixa
de Pandora” que a tecnologia abriu é fechada durante 2 horas e meia por força
de uma declaração.
Não
bastava o valor pedagógico de uma instrução oral, é necessário o valor policial da declaração escrita. Se é
assim que se educa para a responsabilidade, venham de lá mais declarações: “juro
estudar”, “juro não copiar”, juro portar-me bem”… pode ser que baste assinar um
papel.
Realmente ao que a nossa sociedade chegou, por um lado é compreensível esta atitude, já que é uma forma de responsabilizar as crianças, no entanto nada disto era necessário se os valores fossem incutidos no lar, o que na maior parte das vezes não acontece.
ResponderEliminarMas será que no futuro será necessário assinar termos de responsabilidade para tudo?