Falar para um candeeiro...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Juro por minha honra não copiar

Robert Doisneau, L'information scolaire, école rue Buffon, Paris Vème, 1956

Uma novidade do Júri Nacional de Exames para este ano: o documento assinado pelos alunos no qual declaram não ter na sua posse telemóvel nem qualquer outro material não autorizado para realizar a prova (Modelo 14/JNE).

Os alunos devem, à entrada da sala de exame, efetuar “auto verificação cuidada a fim de se assegurarem que não possuem qualquer material ou equipamento não autorizado, em particular telemóveis”. A linguagem é, como todo o ritual do serviço de exames, formal e aparatosa.

Depois de se enterrar o velhinho e simbólico quadro de giz das salas de aula, a “caixa de Pandora” que a tecnologia abriu é fechada durante 2 horas e meia por força de uma declaração.
 
Não bastava o valor pedagógico de uma instrução oral, é necessário o valor policial da declaração escrita. Se é assim que se educa para a responsabilidade, venham de lá mais declarações: “juro estudar”, “juro não copiar”, juro portar-me bem”… pode ser que baste assinar um papel.

 

1 comentário:

  1. Realmente ao que a nossa sociedade chegou, por um lado é compreensível esta atitude, já que é uma forma de responsabilizar as crianças, no entanto nada disto era necessário se os valores fossem incutidos no lar, o que na maior parte das vezes não acontece.
    Mas será que no futuro será necessário assinar termos de responsabilidade para tudo?

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