Na
prática, o recuo do Estado social transforma direitos em serviços. Os primeiros
são gratuitos, ou melhor, são pagos com os impostos dos contribuintes (salário
indireto); os segundos são pagos a entidades privadas (muitas vezes depois de
já terem sido “pagos” como impostos).
A
situação que vivemos atualmente atenta gravemente contra os direitos dos cidadãos
e a conflitualidade social aumenta. No entanto, é inimaginável a dimensão que a
pobreza e a tragédia podem atingir. Esta notícia choca no mais profundo do sentir
humano. É deveras impressionante, nem imaginamos ser possível que coisas destas
possam simplesmente acontecer.
Esquecemo-nos
muitas vezes que uma parte da população mundial não tem acesso à água, enquanto
a outra parte se chega a convencer que este bem nasce espontaneamente nas
torneiras das nossas casas.
A
água é um dos bens mais preciosos que a natureza nos concede. É um bem cada vez
mais escasso e, sobretudo, é um bem público, é de todos. Embora há tempos tenha
ficado a saber que na Bolívia, o neoliberalismo lembrou-se de privatizar a água
da chuva (!!!) que passou a ser propriedade de um consórcio. O caso deu origem
a um documentário em vídeo sobre
Cochabamba intitulado “A guerra da chuva”.
Em
Portugal, a privatização da água, ou como dizem, “a concessão privada do
abastecimento” já começou.
A
privatização vende água. Para ter lucro é preciso: reduzir os investimentos,
aumentar os preços e aumentar o consumo. Rigorosamente o contrário do que
deveria ser uma política de gestão de um bem fundamental à vida e escasso.
Da
forma mais dramática possível, o que se lê nesta notícia é que o dono da água é
o dono da vida. Que todos se lembrem disto agora que privatizam a água.
A guerra da água
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