First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win.
Mahatma Gandhi
Corria o verão de 1993 quando, após sete anos de
trabalho, o matemático e professor da Universidade de Princeton, Andrew Wiles
anunciou em Cambridge ter encontrado uma demonstração para o “teorema de Fermat”.
Pouco tempo depois é verificada uma pequena falha.
Wiles retira-se por mais um ano e, finalmente, surge com a demonstração
reformulada (Wiles começou a interessar-se pelo enigma matemático mais famoso
dos últimos séculos quanto tinha cerca de 10 anos!).
Em novembro de 1994, depois de passarem a “pente fino”
as suas 200 páginas, a demonstração é definitivamente aceite pela comunidade
científica, ou mais precisamente pelas poucas pessoas no planeta que estariam
capazes de seguir o raciocínio, tal era a complexidade e o rigor técnico da demonstração.
Mas a verdade é que a longa “noite” dos 359 anos de
busca pelo “santo graal” matemático havia chegado admiravelmente ao seu fim.
Todas as tentativas, erros, acertos produziram, finalmente, um resultado e o senhor
que no século XVII se lembrou de criar este imbróglio, o senhor Pierre de
Fermat (que ainda por cima era jurista e magistrado e dedicava-se à matemática
apenas nas horas vagas!), podia “descansar em paz”.
Para além da descoberta, que é brilhante, fica ainda um outro brilho maior: “foi fundamental que a hipótese não tivesse
sido abandonada durante os três séculos em que foi impossível demonstrá-la. A fecundidade
desses fracassos, da sua análise, das suas consequências, estimulou a vida
matemática. Nesse sentido, o fracasso, desde que não provoque o abandono da
hipótese, é apenas a história da justificação dessa hipótese” (Alain Badiou).
Portanto,
o “’teorema Fermat' é um exemplo de um teorema tão bom, que
até os seus fracassos têm enriquecido a matemática de uma forma impossível de
quantificar." (Stewart, 1995).
Um bom exemplo que os cientistas nos dão a todos: tenta outra vez, fracassa melhor, then you win.
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