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sábado, 28 de setembro de 2013

Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor.


Tenta. Fracassa.
Não importa.
Tenta outra vez.
Fracassa de novo.
Fracassa melhor.
 Samuel Beckett
First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win.
Mahatma Gandhi
 
 
Corria o verão de 1993 quando, após sete anos de trabalho, o matemático e professor da Universidade de Princeton, Andrew Wiles anunciou em Cambridge ter encontrado uma demonstração para o “teorema de Fermat”.
Pouco tempo depois é verificada uma pequena falha. Wiles retira-se por mais um ano e, finalmente, surge com a demonstração reformulada (Wiles começou a interessar-se pelo enigma matemático mais famoso dos últimos séculos quanto tinha cerca de 10 anos!).
Em novembro de 1994, depois de passarem a “pente fino” as suas 200 páginas, a demonstração é definitivamente aceite pela comunidade científica, ou mais precisamente pelas poucas pessoas no planeta que estariam capazes de seguir o raciocínio, tal era a complexidade e o rigor técnico da demonstração.
 
Mas a verdade é que a longa “noite” dos 359 anos de busca pelo “santo graal” matemático havia chegado admiravelmente ao seu fim. Todas as tentativas, erros, acertos produziram, finalmente, um resultado e o senhor que no século XVII se lembrou de criar este imbróglio, o senhor Pierre de Fermat (que ainda por cima era jurista e magistrado e dedicava-se à matemática apenas nas horas vagas!), podia “descansar em paz”.
 
Para além da descoberta, que é brilhante, fica ainda um outro brilho maior: “foi fundamental que a hipótese não tivesse sido abandonada durante os três séculos em que foi impossível demonstrá-la. A fecundidade desses fracassos, da sua análise, das suas consequências, estimulou a vida matemática. Nesse sentido, o fracasso, desde que não provoque o abandono da hipótese, é apenas a história da justificação dessa hipótese” (Alain Badiou).
 
 
Um bom exemplo que os cientistas nos dão a todos: tenta outra vez, fracassa melhor, then you win.
 


 

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