Falar para um candeeiro...

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Lehman Brothers: a queda de uma “maçã”



Há notícias que vale a pena guardar como aquela onde pode ler-se que a “trajetória do ajustamento, indissociável da trajetória da dívida”, está “para além das decisões dos políticos”, pois "a sustentabilidade sobre a dívida pública e a dívida externa significa que não há opções políticas para discutir". Foi o Governador do Banco de Portugal que disse (aqui).

“Não há opções políticas para discutir”!

O discurso do Governador cria um espaço apolítico, colocando a dívida numa ordem neutra e desinteressada, exatamente como a Natureza a seguir o seu inexorável caminho.

O Governador também já nos tinha dito que essa mesma Natureza é assim como uma espécie de uma grande “sapataria na Rua Augusta”, que “não calça todos os descalços que lhe passam à frente da porta, só aqueles que podem pagar”. Queria ele dizer que um banco “também só dá crédito a quem tem possibilidade de reembolsar”. (Aqui: “O mundo, essa grande sapataria”)


Para o Governador do BdP, as decisões sobre a dívida (e outras) não são, portanto, baseadas em escolhas políticas. Na verdade não são sequer escolhas, mas forças que agem deterministicamente sobre a realidade. A dívida é uma catástrofe natural.

Deve ter sido a mesma força determinista, a mesma lei da gravidade que causou, precisamente há sete anos, a queda de uma “maçã”  chamada Lehman Brothers

Olha se caísse na cabeça do Newton!






Sem comentários:

Enviar um comentário