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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Disneyficar a imaginação

Fotografia de Cartier Bresson

O império Disney comprou a Pixar, a Marvel e a LucasFilm por vários milhares de milhões de dólares.

Objetivos de mercado claros:
Pixar- aumentar o mercado dos desenhos animados e novas atrações de parques de diversão: apanhar o mercado das crianças;

Marvel – Novas personagens, mais filmes e novas séries televisivas: aumentar o alcance no público masculino;

Lucas Films – criar um universo Star Wars ainda mais alargado e promocional, mais trilogias e séries televisivas – apanhar um público adulto, senão mesmo de todas as idades.

A Disney sabe, como só ela sabe, que muito melhor do que agarrar a complexidade labiríntica da razão humana, perdida em argumentos e contra-argumentos, é dominar o universo do desejo e da imaginação.

Uniformizar, fragmentar, dispersar. Esvaziar a imaginação, montar e colar em série, criando a ilusão de que há apenas uma “gramática da fantasia”. Mergulhar a imaginação, um rio de correntes fortes, num lago de águas paradas.

Como se a nossa imaginação viva não fosse também parte do longo rio de Heraclito que flui sem parar e em cujas águas entramos e não entramos, queremos e não queremos, somos e não somos.

Conseguirá o mercado vampirizar a nossa imaginação? Ou as suas correntes fortes não se deixam amainar, nem sequer com o “dark side of the force”, com a força do monopólio?
 
 
 
 
 

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