O Capital, Costa-Gavras, 2012
Normalmente os filmes que abordam o tema do capitalismo (como, por exemplo, Wall Street de Oliver Stone) colocam a questão em termos de um encruzilhada moral: ou os princípios éticos ou a riqueza. E no final (feliz) a ganância dos “maus da fita” é punida e o filme ensina a grande lição: mais moralização! Como se a culpa fosse da cobiça humana e não da própria natureza do capitalismo.
Pelo contrário, no filme
O Capital (Costa-Gavras, 2012), Marc Tourneuil, o banqueiro,
não é um herói nem sequer um anti-herói. É apenas alguém determinado a
identificar-se inteiramente com o Grande Jogo. Não se ilude e não se
culpa. Não há espaço para reflexões
políticas ou existenciais e julgamentos de caráter: existem apenas fortes e
fracos, os que ganham e os que perdem. E
é preciso vencer. ”Continuaremos a tirar aos pobres
para dar aos ricos neste jogo, meus senhores. Até que tudo isto um dia venha a explodir!”, diz ele
numa reunião com os acionistas.
O problema não é de
ordem ético-moral, não há qualquer possibilidade de humanizar o capital. Não
existe qualquer crise de valores, o capitalismo é a própria crise. O colapso
apenas expõe a essência da contradição.
O diálogo entre Marc Tourneuil
e Maud (Le capital, 01h:44m) é
absolutamente esclarecedor.
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