Walker Evans
Com todo o
respeito, e solidariedade, que o sofrimento inerente à condição de vítima deve
suscitar em cada um de nós, pode fazer-se uma leitura muito simbólica deste caso.
Num certo
sentido, este caso é uma alegoria da condição em que grande parte da humanidade
vive dominada pela dívida. Que “algemas invisíveis” mantêm a humanidade presa?
Que mecanismos explicam a apropriação da riqueza e a dominação parasitária de
uma minoria que, no estado mais abstrato de propriedade (financeira), submete,
em nome da dívida, milhões de pessoas em todo o mundo?
O papel de
cada um de nós deve ser um pouco como o da Scotland Yard: “tentar
compreender quais terão sido “as algemas invisíveis””, as mais atuantes, mas as
mais escondidas e difíceis de entender.
A notícia conclui dizendo: “É preciso compreender que estes
casos não são raros. A escravatura moderna é uma realidade e existe no Reino
Unido”.
Não são casos raros, existem em todo o mundo, diariamente.
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