Compreendo
perfeitamente aquela célebre imagem atribuída ao mestre Bernardo de Chartres (Século
XIII), que dizia serem os homens do seu tempo como anões aos ombros de
gigantes, pois podiam ver mais longe do que os antigos sábios gregos e romanos,
não por seu próprio mérito mas pela vantagem de poderem apoiar-se nos
conhecimentos daqueles que os precederam em séculos.
«Somos como anões aos ombros de gigantes,
pois podemos ver mais coisas do que eles e mais distantes, não devido à
acuidade da nossa vista ou à altura do nosso corpo, mas porque somos mantidos e
elevados pela estatura de gigantes.»
A distinção
entre anões e gigantes pode, por vezes, ser uma idealização positiva do passado,
mas a lógica permanece válida: os homens do saber que nos precederam ajudam a
formar o nosso conhecimento.
O pior é quando os supostos “gigantes”
não passam de anões, convencidos da sua grande estatura. A Europa empoleirou-se
aos ombros de anões.
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