Late for school, Balthus
Vídeo de 13 minutos de rapaz agredido por
outros jovens gera onda de indignação (notícia aqui)
Na urgência, todos percebemos – e bem - que
a vítima precisa de ajuda, mas poucos veem essa necessidade para o agressor. No
entanto, só uma conjugação das duas partes pode promover a transformação da
relação violenta.
Curiosamente este vídeo até desfaz a naturalização
do binómio agressor-homem e vítima-mulher com a consequente vitimização feminina,
uma vez que o agressor são figuras femininas e a vítima é aqui um rapaz.
Para que não existam dúvidas, estou
absolutamente chocada com estas imagens! Como professora que lida com jovens há
20 anos, considero que temos que atuar e, de preferência, forma inequívoca. Mas
vamos pedir o quê? Mais punição? Mais criminalização? Mais Estado? Estas
relações não reafirmam velhas relações de poder, só que agora com a inversão
dos termos?
Como desconstruir relações (violentas) de
dominação? Será a violência apenas um fenómeno individual? A criminalização do
agressor é sempre o caminho mais rápido. Gostava de acreditar que é também o mais
eficaz, mas sinceramente tenho alguma dificuldade.
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